BLAZING WORLD

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A formatação síncrona

      “‘We do not destroy the heretic because he resists us. . . . We convert him, we capture his inner mind, we reshape him.’” 1984

       Uma das “vantagens” das aulas pela internet é poder ter uma ideia do que acontece nas salas de aula e, neste caso, confirmar o endoutrinamento levado a cabo nas escolas. Essas “aulas”, descarados manifestos políticos, incluem avisos sérios para quando os petizes puderem votar. Num desses “tempos de antena”, uma советский учитель de serviço, paga por TODOS os contribuintes, alertava os alunos para os perigos de enveredar pela “extrema-direita”, do apoio a “partidos ditatoriais” visto agora termos “alguém no parlamento que se aproveita da situação”… E se ficou claro a que partido se referia, faltou-lhe clarificar qual era a substância dessa situação” que, para ela, poderá levar os incautos à opção catastrófica. Será a corrupção? O nepotismo? A incompetência?Mas também faltou à politruk esclarecer que, por exemplo, há um partido ditatorial (sem aspas) há dezenas de anos no parlamento. Mas esse não parece causar arrepios à sua “democraticidade”. Talvez imagine que, numa qualquer revolução cultural, a sua fervorosa haliêutica lhe valesse uma escapatória a humilhações públicas, espancamentos ou até à morte ( terapias habitualmente destinadas à sua classe profissional pelos regimes dos “não-ditatoriais” que escuda ), mantendo os tiques burgueses e os privilégios do abjecto capitalismo…

                                                 

     Num outro “tempo de antena” a sapiente politruk decidiu apontar o canhão oral ao  liberalismo económico. Primeiro aconselhou os petizes a visualizar um vídeo sobre o descontentamento da população durante governo de Margaret Tatcher, atalhando, em jeito de intróito devidamente orientador (não fosse a coisa derrapar para a libertinagem intelectual do pensamento individual e para conclusões que fugissem dos férreos carris do “correcto”), que Tatcher era “contra os trabalhadores” e que apenas pretendia “desenvolver a economia”. Fiquei sem perceber a antítese… Esqueceu-se (convenientemente), todavia, de informar os petizes que, enquanto a malvada Dama de Ferro governava essa “micronésia” económica de ignorantes que a elegeram democraticamente, tentando debelar o caos financeiro e social deixado pelos seus antecessores, o luso éden roía os ossos de uma bancarrota e ganhava outra novinha em 1983. Em seguida, apressou-se a explicar que há por cá partidos que defendem mais a intervenção do Estado e outros que não o fazem. Depois voltou a catequização. A saber: “temos de ter cuidado a votar porque há partidos liberais que não gostam do Estado e é sempre bom o apoio do Estado”. Claro que é… Imagino que o urso que vai roubar mel também ache bem que haja abelhinhas a produzi-lo. E nada como “orientar” mais futuras abelhinhas… E terminou a “aula” com um “agora que já vos expliquei o que está no livro, vocês já percebem melhor”. 

     E é a isto que se chama actualmente “aulas de História”, coisas modernas e que, ao contrário do que acontecia no outro tempo, não politizam, não possuem um processo ideológico. Tenham cuidado, muito cuidado…